terça-feira, 25 de março de 2008

Sabrina!

***

O cantor mudo vem,
com o olhar procura por uma cumplicidade que não existe,
uma carne que não está.
O salto daquela garota a faz parecer mais velha do que realmente é,
seus olhos, esmeraldas, não combinam,
sua face branca sustenta pontos,
o cabelo cacheado brinca com seus dedos.

Enquanto a cereja bebe junto aos lábios,
os dedos deslizam em teclas de piano,
branco...
Foi um engano.
No bilhete alguns garranchos,
alguns números...

um sorriso não retribuído,
o guardanapo amassado,
um grito no fundo do salão,
mais uma bebida,
outra canção desconhecida.

Ela caminha firme,
repousa a mão sobre o terno do cantor,
com o olhar o indica a próxima melodia.
Sua voz é como veludo lavado,
quase encanta...

Em quase fim,
deixa sua glória e volta,
come sua cereja embebida,
retorna o bilhete em um cartão de visita discreto: Obrigada!
Segue dona de si.

Com seus poucos anos,
suas várias experiências,
caminha com seu salto agulha
à procura...
outros cantores para emudecer,
outras platéias para entreter,
outras bebidas para beber.

Seu nome? Sabrina!

***

domingo, 16 de março de 2008

Umbigo de Coroa.

Entre idas e vindas
a majestade, realeza
aparece enormemente pequena.

O medo de envolver a tal ponto que
se perde do resto e do que era antes
assombra quase todo o mundo que insiste pensar.

O mundo é perfeito,
e na certaza de algo,
desabrocha o medo (mais um)
e desafia o que é humanamente impossível...
é quando tudo parece não mais fazer sentido.

Não há troféu,
a beleza não é exibir,
sentir ultrapassa todos os limites,
e para isso não há remédio que cure,
o mal da alma é o que não se tem.
Não tem bula e remédio que precisa,
excurssão, palavrão, sol, tempero
é tudo o dia,
não faz mal e não tem receita.

E entre idas e vindas,
grandes se tornal pequenos,
pequenos se tornam grandes,
cresce, acontece, envelhece,
aparece, jamais padece...

lavado

e a vida vem ligeira,
traz o que não era,
transforma o que foi.

perde por aí o tesão da brancura alva,
que era o desejo de outrora,
mistura o cinismo com o que era só mentira,
faz a verdade uma ironia mentirosa maquiada.

e a sensação continua,
vira gozo do passado,
dor de lembranças antes esquecidas.

o cheiro fino do coração
faz do sorriso um segundo céu,
e o abraço um laço invisível daquela amizade que um dia murchou
pela malvada mão que se negava a aguar...

e tá tudo lindo junto com o que era,
ontem e amanha juntos no hoje de ontem.

atitude da menina que era doce,
que se assusta com o licious,
que quer o mundo pelo olhar que não está nela,
surda e cega da faixa que embrulha o que ela nunca viu...
Vivendo!

e a chuva não pára...

quinta-feira, 13 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

devaneios soltos.

quando você aparece vindo de trás daquela árvore,
você sabe dizer tudo o que estou sentindo,
meus pés são os seus.

sei que naquela hora,
as folhas secas são platéia a nos saudar.
sei que os nossos passos tem o mesmo tamanho,
e nossos objetivos se tocam.

você me contou coisas das quais eu já sabia,
eu contei coisas que acho que não deveriam ser ditas,
mas a distância quis trazer a proximidade por esse ângulo.

e eu não sei mais como era pra ter sido,
não perco o tempo imaginando como o ontem virou hoje.
sei que hoje será amanha mesmo se eu não quiser...

e eu amo esse seu movimento.
saboreio observar você ao longe,
com esse toque que de leve se faz pesado para nós.

desatando nós reais...
irreais expectativas.
abraços, amigos,
sonhos,
palavras...

não sei mais.

segunda-feira, 3 de março de 2008

fotos perfeitas me fazem não esquecer...





Odeio ver suas fotos,
odeio saber que você sabe que eu faço isso,
odeio te procurar,
odeio sentir que eu estou parada no tempo,
odeio querer esses olhos olhando para mim,
odeio o tanto que você sabe ser lindo,
e carinhoso,
e romântico,
e livre,
e leve,
e verdadeiro...
e odeio saber que eu não soube dar valor.

odeio querer você pra mim denovo,
odeio saber que vou te ver em breve,
que vou ter que fingir que não sei,
que existe algum acaso...

odeio sentir que te amo depois de tanto tempo...
odeio ser grata por você ter feito tanto por mim,
tanto comigo,
tanto pra me ver assim...

eu te amo meu pequeno porcarião.
never surrender!

=***

domingo, 2 de março de 2008

2006/2007

Por que o amor tem dessas coisas,
um dia a lua cai,
noutro,
nada acontece.

No seguinte,
nascem dois sois.
Ao final,
nenhuma lua,
mas uma estrela.

Cravejada no cio do mundo,
enchendo de alegria e preguiça os corações.

Amores perdidos se encontram,
amores achados se perdem,
amores nenhum se tornam vida.

e o rio segue o seu curso....

***

O problema não é o quanto vc diz me amar.
Não é quanto zelo você diz ter,
não é o quão felizes somos juntos.

Eu não estou presa,
eu não espero aceitação minha,
eu não me respeito e você não sabe quem eu sou.
Você não me conhece!

Como "ontem",
todos viram a falta do brilho dos olhos meus,
e você, ou não percebeu,
ou não quis que fosse verdade.

Os arco-iris desbotam,
a chuva passa,
o sol se poe.
Tudo um dia acaba.
O nosso caso de amor acabou.
Não olhamos mais na mesma direção
(na verdade nunca olhamos),
agora é hora de ver,
acreditar na realidade dos fatos.
Eu não amo você.

-3/2/7-

um escrito antigo

Eu já acreditei em você!
Já tentei fazer um dia perfeito.

Por que ignorar não basta.

Por que eu aprendí.
Por que legal todo mundo pode ser...
Por que me importo em estar.
Por que a Xiba não é presente,
por que amando a gente descobre,
por que não se trata de amor.
Por que desejo ser,
por que a rebeldia agora é moda.
Por que eu sou estrela.

Por que qualquer um pode fazer,
e o interesse geral é um!

Dormir numa bolha para não ver o tempo chegar para nós.

***
02/nov/2006

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